O medo e o terror - Fator X Ciências e Mistérios ��

Breaking

Anuncios

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

O medo e o terror


Medo e terror, neste caso, são as luas de Marte, que, na verdade, são a tradução de Fobos e Deimos, os irmãos gêmeos, filhos do Deus da guerra. Descobertas em 1877, a origem das duas luas nunca foi consenso.




A aparência das duas luas parece não deixar dúvidas, são muito parecidas com asteroides e a ideia mais aceita era essa, dois pedregulhos teriam sido capturados do cinturão de asteroides, ali ao lado. OK, pela aparência, a melhor teoria é essa mesma, mas tem uma coisa mal explicada nisso. Marte não tem massa suficiente para puxar asteroides, por menores que eles sejam. De um lado, está Marte, e do outro, Júpiter, e, nesse cabo de guerra, dá para imaginar quem ganha. Além do mais, se dá para puxar duas, por que Marte não puxou mais algum outro? Afinal, Fobos e Deimos não são tão grandes assim.

Então, se elas se parecem com asteroides, mas não o são porque não daria para serem puxados, de onde vêm as duas luas de Marte?

A hipótese concorrente é um pouco mais ousada, apesar de não ser inédita. A outra ideia é a que tenha havido uma colisão no passado e, a partir dela, as duas luas tenham se formado. Todavia, até hoje essa hipótese nunca tinha avançado, porque vários detalhes não haviam sido explicados coerentemente. Mas um estudo publicado por uma equipe francesa, belga e japonesa mostra, através de simulações, como teria sido a formação de Fobos e Deimos.

De acordo com esse trabalho, um corpo protoplanetário, ou seja um planeta ainda se formando com um terço do tamanho de Marte, teria se chocado com o planeta vermelho arremessando material no espaço, entre 4 e 4,5 bilhões de anos atrás. Esse material teria formado um disco espacial, semelhante aos anéis de Saturno. Nesse disco, teria se formado um corpo com milhares de vezes a massa de Fobos, exatamente como aconteceu na formação da nossa Lua. A grande, e crucial diferença ente os dois eventos, é o período de rotação de ambos os planetas.

Resultado de imagem para corpo protoplanetário

Na época em que ocorreram as colisões, a Terra girava em apenas 4 horas, mas Marte girava em quase 24 horas, não muito diferente do que é hoje. As forças de maré envolvidas em cada caso fizeram a diferença. No nosso caso, o material que foi ejetado na colisão não caiu de volta na Terra e acabou se condensando para formar a Lua. No caso de Marte não, e a matéria em órbita foi caindo de volta aos poucos, inclusive a grande lua que teria se formado em órbita. Fobos e Deimos sobraram nessa limpeza por que estavam nas regiões mais externas do disco de material ejetado e lá permanecem até hoje.

É uma teoria e tanto, que está embasada em simulações apenas, ao menos por enquanto. Assim como a teoria de formação da Lua através de uma colisão espacial só ganhou respeito, quando as missões Apollo trouxeram amostras lunares para estudo, somente quando tivermos em mãos amostras geológicas de ambas as luas marcianas é que teremos como saber se essa teoria é plausível. Uma missão japonesa para pousar e coletar amostras de solo em Fobos está programada para 2022 com o retorno à Terra previsto para 2026.

Nenhum comentário:

Postar um comentário